quarta-feira, 6 de junho de 2012

O Acordo Ortográfico, continua a incomodar-me...


Parabéns Angola e Moçambique por ainda não terem ratificado o maldito acordo (oxalá nunca o ratifiquem)!... No programa "Olhos nos Olhos", o convidado especial, Vasco Graça Moura, explicou a história malfadada do assombrado Acordo... Nada tem de oficial, menos ainda de obrigatoriedade, não só porque nem todos os países envolvidos o ratificaram, como nem chegaram ainda a um Acordo conclusivo...
Existem sim, interesses e jogos políticos, económicos e, diversas danças dúbias, coreografadas por bailarinos aproveitadores e oportunistas...
Todos os pareceres solicitados a entidades e personalidades devidamente credibilizadas, foram rigorosamente contra o Acordo Ortográfico, realçando os absurdos inerentes...
As forças políticas não querem perder a face e, as editoras, que deveriam ajudar a preservar, enaltecer e enriquecer o património linguístico, fazem precisamente o contrário, apostando em ganhos económicos...
Mal vai o meu País que, de rastos, até a língua lhe querem adulterar, mortificar... A manter-se este descalabro, no futuro, irá mesmo sucumbir... Não pela alteração ortográfica, mas pelas razões e caminhos percorridos...
O Inglês é a língua da globalização e, no entanto, diverge e enriquece-se...  Inglaterra, Irlanda, USA, Austrália, Nova Zelândia, Canadá... Milhões de pessoas falam Inglês sem preocupações ridículas de acordos estapafúrdios, estéreis e inglórios...  
O Espanhol é igualmente falado por milhões de pessoas, sem acordos, oportunistas: Espanha, Venezuela, Argentina, México, Chile...
Só Portugal, para "uniformizar" e valorizar a Língua Portuguesa, precisa deste tipo original de acordos...
O que me enoja e incomoda, não é a alteração ortográfica em si mesma... Pessoa é um património incomensurável e, não escrevemos como ele... Lendo os vocábulos de então, nascem-nos sorrisos... Também não sei se a alteração de então, teve alguma importância, ou o contrário, manifesto-me como cidadã e não como entendida nestas questões...
A serem válidos e decentes, os objectivos que levaram ao novo AO, porquê tantos anos para uma conclusão definitiva? Porquê e para quê tantos jogos obscuros? Porquê a ausência de debates públicos oportunos e esclarecedores? Porque prevaleceu a vontade do Brasil, no essencial? Porque são milhões de falantes e a sétima economia mundial? Porque somos uns vendidos? Orgulho só no futebol? Porque é que só alguns decidem neste país, se vivemos em democracia (eu gostava)!?...
80% dos portugueses (devo estar a ser optimista),não leram, nem sabem das alterações ortográficas... Afirmo isto, pelo que ouço e vivo diariamente... Muitos borrifam-se, é-lhes indiferente e, o computador, corrige os erros... Aceito e respeito que, outros, devidamente esclarecidos, sejam a favor do AO...

domingo, 3 de junho de 2012

Um Acordo Ortográfico nauseabundo...


A língua mãe, é como uma árvore... As raízes estendem-se, proliferam, entrelaçam-se, fortalecem-se, mas nunca se cortam, com risco de matar a árvore ou, no mínimo, destruir parte da sua beleza... O maldito acordo, corta raízes profundas, fundamentais a uma identidade própria... É "néscio e grosseiro", como o apelidou José Gil...Amo a Língua Portuguesa... O dicionário é como uma florista, rodeada de ramos coloridos, em que cada palavra é sinónima de muitas, em pétalas e laços multicolores, vendidas ao balcão da diversidade, ao gosto de cada cliente... Palavras simples e airosas, elegantes e sofisticadas, ternurentas e sensuais, rebuscadas e apelativas, usuais e arcaicas... Como Fernando Pessoa, apetecia-me dizer: “A Língua Portuguesa é a minha Pátria!”... O Novo Acordo Ortográfico, irrita-me, revolta-me, desfeia as palavras... Uma língua deve ser viva, receptiva, dinâmica, mas... Os pais não se devem subjugar aos filhos, com risco de perderem a identidade e a força de valores e princípios (o Brasileiro nasceu do Português)... Já sei que sou obrigada a usar a nova poluição linguística!!... Também posso passar a dar erros, sem me vender a interesses dúbios... Mergulhar na medíocre conivência, também não faz parte do meu ser e estar... Se mais nada puder fazer, como forma de luta, vou dar erros o resto da vida e, não vou comprar livros escritos depois do AO... Só livros antigos em feiras de velharias...