Do era uma vez, há muito tempo, um país que se exornava de esplendor e fascinava o mundo, hoje, perdeu-se neste pélago desbragado e despiciendo...
Em volutas de inércia, corrupção e oportunismo, arrasta-se para um hiante futuro, desencantado e estéril...
Eu e outros comparsas, como escuteiros vencidos pelo cansaço, bivacamos em florestas de possibilidades sonhadas, mas tolhidas por objurgatórias emanadas de todas as direcções e sentidos... Confusos e desorientados, tentamos a fusão de esforços em taumatúrgicos passos, tacteando como cegos, em busca de um empíreo que nos permita a serenidade da concretização... Pessoalmente, com frequência, apetece-me desistir, mas vem-me uns borborigmos cerebrais, uma prurigem cardíaca, que me impele para o desassossego, para o combate, denúncia...
Bestunta como sou e dependente de um ordenado, obrigatoriamente, vou acrescentar mais um mefistofélico ano há já longa carreira profissional... Ampara-me este desapego dos bens materiais, esta capacidade de sobreviver, apagando memórias... Depois, só através das memórias alheias recordo, como se não tivesse feito parte do que contam... E volto a sentir o pulsar de milhentas emoções e sentimentos que povoam o quotidiano em busca de novas e perdidas memórias...
Dos pusilâmines não “reza a história”, só um espírito dúctil é passível de sobreviver a este vórtice que açoita o país...Erros relapsos de governos sucessivos, conduzem-nos a um fétido esgoto, gerando saudosismo inerte, contaminando e empestando o presente, comprometendo e arruinando o futuro...
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